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domingo, 12 de dezembro de 2010

Festa dos Presépios - Tradição Rural



O presépio está em frente à igreja e ontem foi visitado por crianças da Ludoteca, a quem foi explicado o significado das figuras. “A maior parte das crianças já não sabe o que é o presépio. Só conhecem o Pai Natal e a Árvore de Natal”, referiu Conceição Amaral, da Terra Culta, entidade coordenadora do projecto.
“No meu tempo juntávamo-nos todos. Cantávamos as Janeiras. Agora, as pessoas estão de costas voltadas”, sublinha Alexandre Bonina, recordando uma aldeia com quase três mil habitantes e que agora é a menos populosa do concelho de Lagos, com apenas 868 residentes, metade dos quais estrangeiros.

Recuperar a memória do Natal tradicional e apresentá-la em presépio a encher o vazio da comunidade é o objectivo de um projecto iniciado em 2003 e que tem atraído cada vez mais aldeias, desde as 11 iniciais, quando ainda se fazia concurso, até às 24 deste ano, mais quatro do que no ano passado. Ganha o interior algarvio e também a curiosidade pelos caminhos da tradição.

Há presépios para ver em Alcantarilha, Alferce, Alportel, Altura, Ameixial, Barão de São João, Budens, Cacela Velha, Cachopo, Castro Marim, Cortelha, Estói, Machados, Marmelete, Martinlongo, Mesquita, Monchique, Odeleite, Paderne, Penina, Sagres, Santa Catarina da Fonte do Bispo, Tôr e Vaqueiros. Na próxima Primavera, a Terra Culta divulga o filme e o livro que fixam para o futuro esta viagem ao Natal passado.

Neste sítio de São Brás de Alportel está um presépio do Menino e Cearinhas no altar da igreja. É uma tradição anterior ao século XVII ligada ao apelo à fertilidade e à abundância. Colocam-se taças com trigo a germinar junto ao altar.

Recuperar a tradição do uso da cera de colmeia é um projecto comunitário nesta aldeia de Tavira. Por isso, o presépio de figuras, de pequena escala e grande rigor artístico, foi feito com esse material.No Natal, armava-se o presépio e o Menino era colocado no topo da charola ou altarinho.

As laranjas em rama pediam graças para os pomares e searinhas de trigo, aveia, cevada e auspiciavam um bom ano de pão. Famílias reuniam-se nas casas com o presépio e recebiam as charolas que cantavam ao Deus Menino.

In Correio da Manhã

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