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sábado, 27 de dezembro de 2008

FELIZ ANO 2009 !!


QUE O NOVO ANO NOS TRAGA PAZ, HARMONIA, ABUNDÂNCIA E AMOR. FELIZ ANO 2009 !!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

CONF:“O Património Científico no Brasil”, 23 Set. 2008

“O Património Científico no Brasil” será o tema da palestra que Marcus Granato, coordenador de mestrado em museologia do MAST e especialista em restauro de instrumentos científicos antigos, irá apresentar dia 23 de Setembro, às 17h00 no Auditório Manuel Valadares do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa.

A palestra inclui-se no Seminários de Estudos de Caso de Cultura Material, co-organizado pelo Museu de Ciência da UL com o Centro de História da Ciência da UL.

Marcus Granato, que é actualmente coordenador do Museu de Astronomia e Ciências Afins, do Rio de Janeiro, fará uma segunda palestra no dia 24 de Setembro, pelas 18h00, também no auditório Manuel Valadares. Esta é co-organizada pelo ICOM (Conselho Internacional dos Museus) e
pelo Museu de Ciência, sob o tema: “Uma contribuição para a estruturação da museologia como área académica no Brasil”.

Fonte: Lista de discussão MUSEUM

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

"Escola e Museu: lugares de diálogo" - Conf. dia 11 de Setembro

No dia 11 de Setembro terá lugar no Museu Nacional de Arte Antiga a conferência “Escola e Museu: lugares de diálogo”.

Programa:
9h30: Recepção dos participantes
10h00: Boas vindas e apresentação
Paulo Henriques
Maria de Lourdes Riobom
10h30: “O lugar da arte e da cidadania numa educação para o pensamento crítico” | Álvaro Laborinho Lúcio
11h30: Diálogo aberto
12h00: Intervalo
12h30: Programação do Serviço Educativo para o ano lectivo 2008/09
13h00 - 15h00: Pausa para almoço
15h00: “Portugal no mundo dos séculos XV-XVII - dinâmicas políticas, sociais e artísticas” | Alexandra Curvelo
16h00: Diálogo aberto
16h35: Percursos no museu
17h45: Encerramento

Para mais informações:
mmaa.se.@ipmuseus.pt

Fonte: Blog Porto dos Museus

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Encontros com o Património: 21 de Julho a 1 de Setembro

O programa de rádio “Encontros com o Património”, uma colaboração IGESPAR|TSF, é reemitido entre os dias 21 de Julho e 1 de Setembro, das 11h às 12h.

Mais informações:
http://www.ippar.pt/

Balanço de Visitantes da exposição José Saramago. A consistência dos sonhos

José Saramago. A consistência dos sonhos.
Instituto dos Museus e da Conservação – IMC, IP
Nota de Imprensa, 31 de Julho de 2008

A exposição José Saramago. A consistência dos sonhos foi organizada pela Fundação César Manrique e comissariada por Fernando Gomez Aguillera, esteve patente ao público na Galeria do Rei D. Luis I no Palácio Nacional da Ajuda no período de 24 de Abril a 27 de Julho e contou com um total de 12.594 visitantes (média diária de 154 visitantes).

Tendo tido o apoio do Ministério da Cultura através do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), Biblioteca Nacional de Portugal (BNP) e Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas (DGLB) a exposição contou com uma forte componente multimédia, fotografias, primeiras edições, notas pessoais e documentos provenientes da BNP.

Foram desenvolvidas actividades ao longo da exposição como visitas guiadas destinadas ao público em geral, escolas e instituições; um Curso Livre sobre Saramago que contou com a participação de Maria Isabel Rocheta, José Manuel Mendes, Miguel Real, Paula Morão, Ana Paula Arnault e concertos no âmbitos de parcerias com a Orquestra Metropolitana de Lisboa e o Quarteto Vianna da Motta.

Fonte: Lista de discussão MUSEUM

Oferta de emprego em galeria…

Divulgamos oferta de emprego na área das artes plásticas.

Galeria de Arte/Linha de Cascais
Assistente/Part-Time
Tarde/Noite
20/40 anos
Boa apresentação e comunicabilidade.
Conhecimentos de Word e Inglês falado
Preferência conhecimentos de Arte e
Residência na Linha de Cascais
Currículo e referências

Resposta para:
pedro67carvalho@gmail.com

Fonte: Lista de discussão MUSEUM

Debate: Profissões Museais… a situação portuguesa, 8 Out. 2008

Divulgamos aqui o debate que se realizará no dia 8 de Outubro de 2008 sobre o tema das profissões de museu no contexto actual português.

As profissões dos museus são cada vez mais complexas, quer do ponto de vista de descrições funcionais, quer ainda do ponto de vista da legislação e da formação. Este é um assunto que está na ordem do dia, não só em Portugal como por toda a Europa, Brasil, e muitos outros países.

Aproveitando a reunião anual do ICTOP em Lisboa (Comité Internacional do ICOM para a Formação), o ICOM-PT vai promover, no dia 8 de Outubro, um encontro para debater estas questões de grande actualidade.

São convidados Angelika Ruge (Presidente do ICTOP), Graça Filipe (ICOM-PT) e Filipe Mascarenhas Serra (ICOM-PT), num debate iniciado e orientado por Luís Raposo (Presidente do ICOM-PT).

Local: Auditório da Biblioteca Victor de Sá, Universidade Lusófona
Data: 8 de Outubro de 2008, 15 h

Organização conjunta: ICOM-PT e ICTOP

No âmbito do Encontro Profissões Museais: O Referencial Europeu e a Situação Portuguesa (8 de Outubro de 2008), o ICOM-PT vai promover a divulgação de um importante documento de referência sobre o tema, produzido recentemente pelo ICTOP - Comité Internacional do ICOM para a Formação: Referencial Europeu das Profissões Museais.

(in site ICOM Portugal)

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Mais informações:
http://www.icom-portugal.org/

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Maré Memória


“Pouco importa à palafita
que a cidade se deslustre.
Ela serve, a quem a habita,
de palacete palustre.

Ela forma o mais perfeito
conjunto habitacional,
pois não se tem o direito
de julgá-la bem ou mal.

Ela vem porque precisa
vir assim como ela é.
Vem tal como vem a brisa
ou como vem a maré.

Vem da própria natureza,
filha de tempos antigos,
e fica no mangue presa,
parindo humanos abrigos.

Ela vem do próprio homem,
que, civilizado ou não,
jamais impede que o tomem
por um ser da escuridão,

um ser de volta às cavernas
de sua alma escura e fraca,
que até nas eras modernas
põe a vida em lama e estaca,

com a pré-história no sangue
como atávica doença
que estende por todo o mangue
a sua raiz imensa.

A palafita é igual
a si mesma e mais nada:
é sala, é quarto, é quintal
de quem mora sem morada.

Em resumo a palafita,
mãe ou filha da maré,
não é feia nem bonita

alta ou baixa, apenas é."

José Chagas

In Livro Maré Memória

domingo, 20 de julho de 2008

Identidade e Memórias


O passado habita a casa do presente que, por sua vez, habita a casa do futuro e reinventa a casa do passado com o companheirismo da memória, do espaço, das coisas, das imagens e das palavras. E afinal, de que são feitas as casas se não desses ingredientes regados num caldo cultural próprio e específico?

“O passado, o presente e o futuro – diz o autor de A poética do devaneio – dão à casa dinamismos diferentes, dinamismos que não raro interferem, às vezes se opondo, às vezes excitando-se mutuamente. Na vida do homem, a casa afasta contingências, multiplica seus conselhos de continuidade. Sem ela, o homem seria um ser disperso. Ela mantém o homem através das tempestades do céu e da vida. É corpo e é alma. É o primeiro mundo do ser humano.” (Bachelard, 2003, p.26)

Ainda que a casa seja tudo isto que até agora se disse sobre ela e muito mais, resta articular essas idéias com a categoria casa museu. Para iniciar essa articulação, pode-se fazer o exercício de ler as casas museus a partir das três zonas (“estar”, “repouso” e “serviço”) presentes em todas as casas. Uma leitura por esse viés, especialmente se realizada numa perspectiva comparativa, propiciaria uma compreensão arquitetônica, histórica e social da casa museu; permitiria perceber o lugar da casa na sociedade, o lugar dos habitantes na casa, particularmente o lugar dos homens, das mulheres e das crianças, e até mesmo o valor estético da casa museu, como expressão da criação humana; mas essa leitura não tocaria na dimensão poética, filosófica e política da casa museu. Afinal de contas, porque essa casa – e exatamente essa casa – foi transformada em uma casa museu? Por que essa casa deixou de servir como habitação de pessoas, foi ressignificada, e passou a ser um espaço explicitamente poético e político? Por que a vontade de memória, a vontade de patrimônio e a vontade de museu se concentraram nessa casa - e exatamente nessa casa - transformando-a num espaço de teatralização do passado e de criação de memórias do futuro?

São muitas as perguntas, mas, como aconselha Rainer Maria Rilke, é preciso vencer o desejo juvenil de querer responder apressadamente a todas as perguntas. É recomendável aprender a conviver com elas, dormir e acordar com elas, para que elas (as perguntas) possam fazer em nós o trabalho que lhes compete fazer.

As casas museus (sejam elas casas das camadas populares, das classes médias ou das elites sociais e econômicas), a rigor, são casas que saíram da esfera privada e entraram na esfera pública, deixaram de abrigar pessoas, mas não deixaram necessariamente de abrigar objetos, muitos dos quais foram sensibilizados pelos antigos moradores da casa. As casas museus e os seus objetos servem para evocar nos visitantes lembranças de seus antigos habitantes, de seus hábitos, sonhos, alegrias, tristezas, lutas, derrotas e vitórias; mas servem também para evocar lembranças das casas que o visitante habitou e que hoje o habitam.

Para Walter Benjamin, que visitou a casa museu de Goethe e sonhou, os museus são casas de sonho do coletivo. Por essa vereda, as casas museus podem ser compreendidas como casas que propiciam sonhos de casas e que unem universos individuais e particulares com universos coletivos.

Não há dúvida de que a casa museu encena uma dramaturgia de memória toda especial, capaz de emocionar, de quebrar certas barreiras racionais, de provocar imaginações, sonhos e encantamentos. Por isso mesmo, é preciso perder a ingenuidade em relação às casas museus: elas fazem parte de projetos políticos sustentados em determinadas perspectivas poéticas, elas também manipulam os objetos, as cores, os textos, os sons, as luzes, os espaços e criam narrativas de memória com um acento lírico tão extraordinário que até os heróis épicos, os guerreiros valentes e arrogantes, e os homens cruéis e perversos são apresentados em sua face mais cândida e humana; afinal eles estão em casa, e ali eles precisam dormir em paz, receber visitas, comer e atender a outras necessidades físicas. As casas museus, assim como os documentos, os signos e todos os outros museus, podem ser utilizadas para dizer verdades e para dizer mentiras. O que fazer? Fugir das casas museus como quem foge de casas mal assombradas? Haverá um outro caminho? Talvez seja possível exercitar uma nova imaginação museal que, abrindo mão da ingenuidade, valorize a perspectiva crítica, sem abrir mão da poética, e busque conectar a casa museu com as questões da atualidade, com os desafios do mundo contemporâneo. O exercício de uma nova imaginação museal também permitiria e estimularia a criação de novas casas museus, casas que encenassem novas dramaturgias, que valorizassem a dignidade social, o respeito às diferenças, o respeito aos direitos humanos, à liberdade, à justiça; que registrassem no presente e projetassem no futuro a memória criativa daqueles cuja memória é freqüentemente esquecida, silenciada, apagada...

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Museu Nacional Ferroviário


Foto de João Alfaro

domingo, 13 de julho de 2008

MUSEUS, MEMÓRIAS E MOVIMENTOS SOCIAIS

Mário Chagas[1]
I
Da modernidade ao mundo contemporâneo os museus são reconhecidos por seu poder de produzir metamorfoses de significados e funções, por sua aptidão para a adaptação aos condicionamentos históricos e sociais e sua vocação para a mediação cultural. Eles resultam de gestos criadores que unem o simbólico e o material, que unem o sensível e o inteligível. Por isso mesmo, cabe-lhes bem a metáfora da ponte lançada entre tempos, espaços, indivíduos, grupos sociais e culturas diferentes; ponte que se constrói com imagens e que tem no imaginário um lugar de destaque.
Durante longo tempo os museus serviram apenas para preservar os registros de memória e a visão de mundo das classes mais abastadas; de igual modo funcionaram como dispositivos ideológicos do estado e também para disciplinar e controlar o passado, o presente e o futuro das sociedades em movimento. Na atualidade, ao lado dessas práticas clássicas um fenômeno novo já pode ser observado. O museu está passando por um processo de democratização, de ressignificação e de apropriação cultural. Já não se trata apenas de democratizar o acesso aos museus instituídos, mas sim de democratizar o próprio museu compreendido como tecnologia, como ferramenta de trabalho, como dispositivo estratégico para uma relação nova, criativa e participativa com o passado, o presente e o futuro. Trata-se de uma denodada luta para democratizar a democracia[2]; trata-se de compreender o museu como um lápis[3], como uma singela ferramenta que exige certas habilidades para ser utilizada. A metáfora do lápis sugere a necessidade do aprendizado da técnica de manipulá-lo, aliada a um processo de aprender a ler e a escrever. Ainda assim, mesmo que o indivíduo seja alfabetizado, mesmo que ele saiba ler e escrever o mundo, não se tem nenhuma garantia sobre a orientação ideológica das histórias e narrativas que poderá escrever e ler
[1] Poeta, museólogo, mestre em Memória Social (Unirio) e doutor em Ciências Sociais (Uerj), professor adjunto da Unirio e coordenador técnico do Departamento de Museus e Centros Culturais do Iphan.
[2] Ver SANTOS, Boaventura de Souza (org.). Democratizar a democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002.
[3] Compreendendo que os museus tanto servem para acender como para apagar memórias, a professora Regina Abreu sugeriu que eles também sejam considerados como borrachas. Reunindo essas duas imagens podemos pensar nos museus como lápis que levam em si uma borracha.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

O Museu como agente de mudança...

Para que o Museu possa ser agente de mudança, ele tem que ter em si as condições necessárias à incubação: Os meios técnicos, os recursos humanos, etc. mas a real transformação só é operada quando o Museu está ciente da sua importância e responsabilidade para a comunidade de que faz parte: enquanto instrumento de comunicação por excelência, sendo agente activo de mudança de mentalidades, sendo um instrumento educativo, intervindo na comunidade, envolvendo-se nos problemas que a afectam e procurando contribuir para a sua resolução, sendo um espaço sem exclusões, aberto à sociedade, ao conhecimento e à cultura, à descoberta do prazer, à reflexão, à contemplação, à participação, à compreensão e à inquietação.Enfim, por tudo isto, podemos afirmar que identidade e memória, enquanto espaços museológicos reforçam-se mutuamente, porque sabemos de onde vimos, conhecemos as nossas raízes, destinguimos o que nos une e o que nos separa, assim estamos aptos a entender a relação entre cultura e memória, que é expressa na atitude cultural, isto é, no lembrar, recordar, no assumir a importância em aprender com a experiência e com o que nos rodeia.

Safira

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Sugestão de leitura: “Heritage Learning Matters”

June 26, 2008 by Safira

Heritage Learning Matters: Museums and Universal Heritage
Vários Autores: Graham Black (UK), Fiona Cameron (Australia), Elaine Heumann Gurian (USA), Eilean Hooper-Greenhill (UK), Lynda Kelly (Australia), Feng Yin Ken (Taiwan), Eva Reussner (Germany), Heidemarie Uhl (Austria), W. Richard West, Jr. (USA), Henrik Zipsane (Sweden) (entre outros)
Edição: Hadwig Kraeutler (http://www.schlebruegge.com/)
Descrição Física: 300 p.
ISBN 978-3-85160-131-2

Sobre o livro:

Museums have been described as trusted and powerful sources of learning and inspiration, safe places for the exploration of ideas, and vital partners in communal efforts to transfer diverse narratives and knowledge. In many people’s lives, however, museums do not figure at all. Others experience them as excluding, very academic, boring, and irrelevant.

Museums, in reciprocity with the communities they serve, construct and take responsibility for interpretations of heritage, of ‘our’ and ‘other’ worlds. This heritage may be expressed in object collections and materiality, but also in languages, relations, and mentalities. What institutional and social structures can help to make this heritage sharing democratic, egalitarian, broad and inclusive? Are there concepts, ‘success factors’ or results of empirical research which warrant ‘best practice’ and a truly socially integrated use of museums for learning?

What missions, planning, and activities will help museums to engage with diverse audiences, also with those not yet reached or represented? What are tested approaches and key messages that museum communicators and museum educators should adopt? How do we convey the value of museum and heritage learning to the policy-makers in the museum and to the outside, to politicians, the media, or the public at large?

The ICOM/CECA’07-Conference volume offers many opportunities for contemplating these issues.

More than 50 contributions – major papers by renowned museologists and case studies by museum communicators from around the world – reflect topical investigations and current practices, and invite the readers to take part in an ongoing discussion.

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SUBSCRIPTION

The ICOM/CECA’07-Conference volume will be published in summer 2008 by SCHLEBRÜGGE.EDITOR in Vienna.

The volume can be ordered from now on until July 31st at the subscription price of € 28,- (+ € 4,- postage), price after that date: € 38,-. Please send your subscription (with your name and address) to schlebruegge.editor@aon.at. We will confirm receipt of your subscription by mail.

Note: you can order by email to schlebruegge.editor@aon.at

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Fonte: Icom-L Mailing List


quarta-feira, 25 de junho de 2008

“Arqueólogo Português” online

No âmbito da sessão evocativa de LEITE DE VASCONCELOS, ARQUEÓLOGO, em que intervirão José Cardim Ribeiro e Carlos Fabião, no próximo dia 25 de Junho, a partir das 18,30 horas, no Museu Nacional de Arqueologia (Mosteiro dos Jerónimos, Lisboa), terá lugar a apresentação pública do projecto de disponibilização em suporte digital de toda a colecção da revista O ARQUEÓLOGO PORTUGUÊS (1895 a 2003) – financiado pelo Plano Operacional da Cultura (POC), Medida 2.2. – Acção 3.

Fonte Mailing List MNA

MUSEU VIRTUAL

Amanhã, dia 25 de Junho, pelas 16h00, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra apresenta publicamente o MUSEU DIGITAL, um projecto que visa disponibilizar on-line uma parte significativa do acervo científico da Universidade de Coimbra. Serão disponibilizados 19 000 registos. Esta será a maior base de dados nacional de instrumentos científicos, história natural e etnografia.

O Museu Digital será acessível a partir do site do Museu da Ciência www.museudaciencia.pt.

Museu da Ciência
Laboratorio Chimico
Largo Marquês de Pombal
3000-272 Coimbra
divulgacao@museudaciencia.pt

Fonte: Museu da Ciência

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Museologia e Comunicação

O entendimento do Património Cultural em geral reflecte as sequelas do pós-guerra. Como legado deste período ressalta o facto, por todo lado patente, que grande parte do património arquitectónico e monumental estavam destruídos, isso sem falarmos em pilhagens de obras-de-arte entre países, e o desenvolvimento do comércio de arte. Neste contexto ocorre a criação do Conselho Internacional dos Museus, o ICOM, sob a protecção da UNESCO. Reflectindo esta situação, vários profissionais reuniram-se em 1958 para discutir a função educativa dos Museus, e consideram que o espaço do museu é adequado para se exercer a educação formal, facto novo no pensamento museológico da época.

No documento do Rio de janeiro, a educação no museu ainda é vista como uma extensão da escola e não como uma agente de transformação social. O pensamento de Paulo Freire só mais tarde viria a interessar o mundo dos museus. O mesmo Documento preocupa-se profundamente com a exposição museológica e os recursos que o museu utiliza para se comunicar com o público.

Durante a década de 70 a América latina, foi marcada pelas ditaduras, militares. Um clima tenso estabelecia-se por todo o lado em virtude de grande parte da população se opor ao regime ditatorial e buscar a institucionalização de regimes mais democráticos. Ao lutar pela adopção do sistema democrático, o que se pretendia era a melhoria nas condições económicas e sociais e, a possibilidade de se manifestar politicamente, questões relacionadas com o exercício da cidadania.

A Declaração de Santiago, realizada no Chile em 1972 pode ser considerada como a primeira reunião interdisciplinar, preocupada com a interdisciplinaridade no contexto museológico e, voltada para a discussão do papel do museu na sociedade.

Este Documento propõe, que a relação que o homem estabelece com o Património Cultural passe a ser estudada pela museologia, e que o museu seja entendido como o instrumento e agente de transformação social.

É a partir da Declaração de Santiago que a comunidade museológica, já não pode ignorar que o museu começa a ter um papel decisivo na educação da comunidade e a ser agente de desenvolvimento. Por entender que a maior potencialidade dos museus é a sua acção educativa e a educação verdadeira é aquela que serve a libertação, questionamento e reflexão é que as novas correntes da museologia, após esta Declaração, se aportou do método pedagógico defendido por Paulo Freire, que entende a educação como prática da liberdade e constrói a teoria da Educação Dialógica e Problematizadora na qual a relação educador – educando é horizontal, ou seja : acredita-se que a partir do diálogo e da reflexão os homens se educam em comunhão.

“Já agora ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo” (FREIRE, Paulo1987:69).

sábado, 21 de junho de 2008

Grande lição do Ministro da Educação brasileiro aos americanos...

Discurso do Ministro Brasileiro da Educação nos EUA
(Censurado!)
Este discurso merece ser lido, afinal não é todos os dias que um brasileiro dá um 'baile' educadíssimo aos Americanos...

Durante um debate numa universidade dos Estados Unidos o actual Ministro da Educação CRISTOVAM BUARQUE foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazónia (ideia que surge com alguma insistência nalguns sectores da sociedade americana e que muito incomoda os brasileiros).

Um jovem americano fez a pergunta dizendo que esperava a resposta de um Humanista e não de um Brasileiro. Esta foi a resposta de Cristovam Buarque :


'De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazónia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse património, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazónia, posso imaginar a sua internacionalização, como também a de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazónia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro... O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazónia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extracção de petróleo e subir ou não seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazónia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono ou de um país.

Queimar a Amazónia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazónia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França.

Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo génio humano. Não se pode deixar esse património cultural, como o património natural Amazónico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito tempo, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele, um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milénio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os EUA querem internacionalizar a Amazónia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos também todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as
lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Nos seus debates, os actuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do Mundo tenha possibilidade de COMER e de ir à escola.

Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como património que merece cuidados do mundo inteiro.

Ainda mais do que merece a Amazónia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um património da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar, que morram quando deveriam viver.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo.

Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazónia seja nossa.

Só nossa! '

ESTE DISCURSO NÃO FOI PUBLICADO. AJUDE-NOS A DIVULGÁ-LO porque é muito importante... e porque foi CENSURADO!

Políticas Culturais e Museologia

Tudo o que conhecemos da actual sociedade ocidental, da ciência à arte, da economia à política, da técnica à indústria, entre muitos outros aspectos, tem as suas origens nas profundas mudanças operadas na sociedade, na economia e nos meios de produção a partir de meados do século XVIII. Podemos afirmar que o acontecimento que marca o fim do Antigo Regime e inaugura uma nova era é a Revolução Francesa.
Os filósofos iluministas criticaram as injustiças sociais, o absolutismo tirânico e a intolerância religiosa, defendendo um novo mundo fundado no progresso técnico e científico, na moralização dos costumes, no liberalismo político e na educação do povo.
Era o tempo dos homens “iluminados”, cultos e informados; o tempo da ética, do conhecimento e da razão.
Nascia uma nova sociedade dividida em classes – capitalistas, burgueses e trabalhadores – , num fenómeno a que não era alheio uma outra revolução: a Revolução Industrial, ocorrida nos finais do séc. XVIII.
A Revolução Industrial, mais do que causa, é uma consequência de todo este processo de transformação social e cultural. Para além da explosão demográfica – com duplicação da população europeia, maioritariamente rural, entre 1750 e 1850 – a invenção da máquina a vapor (por James Watt, em 1788) foi o grande “motor” de transformação económica e social. Enquadrando-se no espírito iluminista que preconizava o progresso, o desenvolvimento e a construção do novo mundo, a Revolução Industrial provocou uma alteração profunda na sociedade.Uma das consequências mais imediatas do iluminismo foi o interesse pelo passado histórico, que motivou, entre outros fenómenos, a redescoberta das civilizações da Antiguidade Clássica e Pré-Clássica. Foi neste contexto que Napoleão , empreendeu as célebres campanhas ao Egipto (1798-1799), durante as quais recolheu o importante espólio artístico e arqueológico que, ainda hoje, se encontra distribuído pelos museus de Paris, Londres e Berlim. Este é, de resto, o pano de fundo em que nasce a Arqueologia, uma ciência que se estrutura no séc. XIX mas que tem os seus antecedentes na actividade dos artistas, eruditos, coleccionadores e viajantes do século anterior.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Museologia - Ecomuseu

REABILITAÇÃO DO PATRIMÓNIO


A palavra ecomuseu surgiu pela primeira vez em 1971, devida a Hugues de Varine, actualmente ilustre director do Instituto Franco-Português, em Lisboa, e que sucedeu como director do ICOM (International Council of Museums), da UNESCO, em Paris, a George Henri Rivière.
Foi George Henri Rivière quem idealizou os esquemas museológicos que Hugues de Varine designou de Ecomuseu. Conforme ele dizia há alguns anos, e é aliás parte fundamental do seu pensamento sobre a moderna Museologia, o museu de uma região ou de uma localidade deve fazer a síntese das relações Homem-Natureza ou homem-território, ensinando a cronologia e a simultaneidade dos fenómenos naturais e culturais, mostrando os elos que formam as cadeias dinâmicas do mundo, entre o passado e o presente, e olhando o futuro.
Esta concepção traduziu-se no campo da Conservação, entre outras resultantes, pela criação de parques naturais, nos quais o património cultural das populações rurais, fortemente entrosadas na Natureza, passou a ser tão importante como o património natural, ao contrário do conceito de parque nacional estritamente biológico.
Daí que no planeamento dos parques naturais, como aliás eles foram concebidos em Portugal em 1976, não possa esquecer-se a conservação dos valores culturais, já que eles se estabelecem em regiões rurais cujas populações são herdeiras desse passado de intrínsecas relações Homem-Natureza – portanto relações ecológicas no sentido profundo do termo, que exigem a criação de estruturas de conservação e animação ou dignificação desse património.
É assim que nasce o Ecomuseu, uma vez apreendida por George Henri Rivière a essência dessas relações: a interligação da Museologia, como promotora de estruturas de conservação do património, com a ecologia (ele inventou até o termo parqueologia porque visava especificamente os parques), que estabelece as relações das comunidades humanas com os outros seres vivos e com o meio. Criação e Gestão de Parques Arqueológicos – Decreto-Lei nº 131/2002, de 11 de Maio.
O Ecomuseu revela a história de uma região sem recorrer a grandes edifícios nem a grandes complexidades museográficas; revela a história da região desde a sua formação geológica – a geologia é a grande mãe de tudo quanto existe. Explica como tudo evoluiu, como se formou a vida, como apareceram os primeiros homens, como se desenvolveu a cultura local em ligação com os ecossistemas naturais que os homens iam transformando.
Como o próprio Rivière escreveu,

«o ecomuseu não tem uma definição acabada nem uma expressão fixa»; «ele é criado como um espelho onde a população se contempla para nele se reconhecer, onde ela procura a explicação do território a que está ligada, juntamente com as populações que a precederam na descontinuídade ou continuidade das gerações.

São componentes fundamentais do Ecomuseu o Museu do Tempo e o Museu do Espaço.
O Museu do Tempo cria as motivações para que o visitante vá apreciar e estudar valores da Natureza e da Cultura nos seus locais próprios – o Museu do Espaço: afinal, toda a região em causa, com os seus acidentes geomorfológicos, a fauna e a flora, as ruínas pré-históricas, os monumentos históricos, as oficinas, os lagares, os moinhos, etc. – tudo quanto é, no espaço, aquilo que os visitantes apreenderam no Museu do Tempo. (Fernando Santos Pessoa, p: 34,35 – Reflexões sobre Ecomuseologia – Edições Afrontamento).O Ecomuseu destina-se em primeiro lugar à população local, para que ela reconheça os valores do seu meio ambiente e da sua cultura e dessa forma se orgulhe das raízes que a ligam a um passado que em muitos casos foi de exploração, de pobreza ou de sofrimentos, noutros de grandiosidade, de poder criador e de génio artístico. Em todos eles essa população poderá encontrar estímulo para ultrapassar as deficiências e adquirir energias para o futuro. A população local participa activamente no Ecomuseu, quer através da cedência de peças para as exposições quer trabalhando nas diferentes estruturas que funcionam no âmbito dele: oficinas artesanais, restaurantes, apoios ao recreio, etc. É sobretudo importante para aquelas regiões em que o prestígio das coisas urbanas tende a apagar a importância das culturas próprias e tradicionais; com o Ecomuseu as populações reaprendem a amar o que é seu, a sua tradição os seus conhecimentos seculares, a sua maneira peculiar de estar no mundo.

Safira

terça-feira, 17 de junho de 2008

XV Encontro de Museologia e Autarquias



Território, Cultura e Desenvolvimento.
Que percursos?

Alcanena 19 e 20 de Junho de 2009
VII Fórum Nacional Urbanismo e Autarquias

XV Encontro Nacional Museologia e Autarquias

O VII Fórum Nacional de Urbanismo e Autarquias e o XV Encontro Nacional de Museologia e Autarquias que pela primeira vez têm lugar em simultâneo. Na verdade a temática «Território, cultura e desenvolvimento: que percursos?» é transversal às áreas do Ordenamento do Território e da Museologia e está no centro da actividade da maioria das Autarquias e Museus Locais em Portugal.Este encontro conjunto é acolhido pela Câmara Municipal de Alcanena e terá lugar nos dias 19 e 20 de Junho de 2008, decorrendo este evento em sessões plenárias e temáticas.A temática no âmbito do Ordenamento do Território e do Urbanismo terá o carácter de workshop de formação, assegurado por dois professores profundamente conhecedores das novas redacções que vieram alterar significativamente os Decretos-Leis 380/99 e 555/99. A temática no âmbito da museologia será tratada através de comunicações, debates e conhecimento directo com a realidade cultural/museológica do Concelho.