Este blogue discorda do acordo ortográfico.

domingo, 21 de novembro de 2010

Cortiça de São Brás de Alportel serve de presente na Cimeira da NATO

Cortiça de São Brás de Alportel serve de presente na Cimeira da NATO
São Brás de Alportel, Faro, 16 nov (Lusa) - Sessenta gravatas em pele de cortiça, matéria prima extraída dos sobreiros algarvios, vão ser distribuídas...

Cortiça de São Brás de Alportel serve de presente na Cimeira da NATO
São Brás de Alportel, Faro, 16 nov (Lusa) - Sessenta gravatas em pele de cortiça, matéria prima extraída dos sobreiros algarvios, vão ser distribuídas pelos chefes de Estado e de Governo que visitam Portugal no âmbito da Cimeira da NATO, que decorre na próxima sexta-feira e sábado.

"Os presentes são uma oferta Pelcor e é uma forma de promover a marca portuguesa e a cortiça algarvia a nível internacional", declarou Sandra Correia, proprietária da empresa Pelcor, que tem sede em São Brás de Alportel, garantindo que "o Governo não teve custos com as lembranças".

Em declarações à agência Lusa, Sandra Correia explicou que "todos os chefes de Estado e de Governo vão receber gravatas em pele de cortiça, dentro de um copo concebido para o efeito e gravado com o escudo português".

As chefes de Estado, como Angela Merkel (Alemanha), e outras responsáveis políticas vão receber, por seu lado, a "Summit Bag", malas da Pelcor em forma de baú, "concebidas exclusivamente para as líderes mundiais, numa edição limitada de oito unidades", sendo o interior forrado com as cores da bandeira portuguesa e marcado com o escudo português", adiantou Sandra Correia.

O presidente dos EUA, Barack Obama, vai receber, além da gravata, um guarda-chuva de cortiça e uma coleira para o seu cão d'água, uma raça portuguesa.

Uma coleira e uma trela com brilhantes swarosky foram concebidas especialmente para o "Bo", que terá o escudo português, um "P" de Pelcor e o nome gravados, explicou a mentora da ideia.

Com estas ofertas, a proprietária da Pelcor pretende demonstrar que é possível fazer quase tudo em cortiça, contribuindo para a "sustentabilidade do sector industrial português, para a floresta portuguesa e para a notoriedade do país".

Produtos de design luxuosos concebidos a partir da casca de sobreiro como chapéus de chuva, bolsas de cosmética, relógios de pulso, aventais, malas a tiracolo, sacos de compras, bolsas para moedas, carteiras para homem e para cartões de visita são alguns dos objetos amigos do ambiente que estiveram expostos recentemente no Museu de Arte Moderna (MoMA) em Nova Iorque e em Tóquio.

O negócio corticeiro da família Correia começou em 1935, no centro do Algarve, região considerada o berço da melhor cortiça do mundo.

A NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi fundada em 4 de abril de 1949 na sequência da assinatura em Washington do Tratado do Atlântico Norte.

A aliança militar dos países ocidentais, numa Europa dividida por diferenças políticas e ideológicas, pretendia contrariar o "perigo do expansionismo" da então União Soviética.

CCM.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

Lusa/Fim

sábado, 13 de novembro de 2010

A história do Museu do Trajo de S. Brás de Alportel

Amália Madeira Martins, natural de S. Brás de Alportel e radicada em Sintra, acaba de defender, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, de Lisboa, a sua tese de mestrado intitulada Génese, Inovação e Futuro – Uma Experiência em Museologia Social – O caso do Museu do Trajo de S. Brás de Alportel.
Orientada pelo Doutor Mário Moutinho, Amália Martins apresenta aí a história deste museu, analisando a sua situação presente e apontando directrizes para a sua futura actuação no seio da comunidade em que se insere.

José d'Encarnação

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Lenda de S. Martinho


São Martinho de Tours era filho de um Tribuno e soldado do exército romano. Nasceu e cresceu na cidade de Sabaria, Panónia (atual Hungria), em 316, sob uma educação da religião dos seus antepassados, deuses mitológicos venerados no Império Romano, aos 10 anos de idade, entrou para o grupo dos catecúmenos (aqueles que estão se preparando para receber o baptismo). Aos 15 anos de idade, e contra a própria vontade, teve de ingressar no exército romano e dirigir-se para a Gália (região na actual França). Aos 18 anos abandonou o exército pois o cristianismo não comportava mais suas funções militares. Foi baptizado por Hilário, bispo da cidade de Poitiers. Morreu no dia 8 de novembro de 397. Sua festa é comemorada no dia 11, data em que foi sepultado na cidade de Tours.
Venerado como São Martinho de Tours ele tornou-se no primeiro Santo não mártir a receber culto oficial da Igreja e tornou-se um dos Santos mais populares da Europa medieval.

O famoso episódio do manto:
Martinho era um valente soldado romano que estava a regressar da Itália para a sua terra, algures em França. Montado no seu cavalo estava a passar num caminho para atravessaruma serra muito alta, os Alpes, e, lá no alto, fazia muito, muito frio, vento e mau tempo.
Martinho estava agasalhado normalmente para a época: tinha uma capa vermelha, que os soldados romanos normalmente usavam.
De repente, aparece-lhe um homem muito pobre, vestido de roupas já velhas e rotas, cheio de frio que lhe pediu esmola. Infelizmente, Martinho não tinha nada para lhe dar.
Então, pegou na espada, levantou-a e deu um golpe na sua capa. Cortou-a ao meio e deu metade ao pobre. Nesse momento… as nuvens e o mau tempo desapareceram. Parecia que era Verão!
Foi como uma recompensa de Deus a Martinho por ele ter sido bom. É por isso que todos os anos, nesta altura do ano, mesmo sendo Outono, durante cerca de três dias o tempo fica melhor e mais quente: é o Verão de São Martinho!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Património Cultural - Gastronomia...

Também a gastronomia é património cultural e assim o consigna a Resolução do Conselho de Ministros nº 26/2000, de 26 de Julho, em que se afirma expressamente ser a gastronomia portuguesa considerada «como um bem imaterial integrante do património cultural de Portugal». E por isso ali se determina, entre outras acções, que se faça «um levantamento do receituário tradicional português, em toda a sua diversidade, evidenciando-se os aspectos que o singularizam» e se promovam «concursos locais, regionais e nacionais de gastronomia».
Assim, de 16 de Novembro a 31 de Janeiro, decorreu entre nós a iniciativa «São Brás com tempero», a pôr a par da I Quinzena Gastronómica «Sabores do Caldeirão», realizada de 1 a 15 de Abril do ano passado.
«Sopas com galinha, açordas, migas com entrecosto, javali, ensopado de borrego e de galo, feijão com repolho, carapaus alimados» foram alguns dos petiscos que o são-brasense e os forasteiros visitantes puderam apreciar.
Iniciativa de muito louvar, pois adverte Fialho de Almeida que a independência de um país pode começar a perder-se quando forem desaparecendo os «petiscos raros, sábios, finos, verdadeira sinfonia de sabores sempre sublime» que são como «monumentos locais».
E Boaventura Sousa Santos acentua a importância da gastronomia no contexto cada vez mais absorvente da globalização:
«À medida que se globaliza o hamburguer ou a pizza, localiza-se o bolo de bacalhau português ou a feijoada brasileira, no sentido de que serão cada vez mais vistos como particularismos típicos da sociedade portuguesa ou brasileira».

Publicado em «VilAdentro», de S. Brás de Alportel, nº 134 (Março 2010) p. 10.

Património edificado...

Amiúde se considera património edificado apenas os palácios e suas envolventes, os castelos e fortalezas, as igrejas e mosteiros, as casas senhoriais…
S. Brás deu o exemplo de um novo conceito de património, ao reabilitar as fontes como lugares de memória, proporcionando, de novo, o seu delicioso usufruto como áreas de lazer. É que, na verdade, também equipamentos como esses são marcas que o Homem deixou, ao longo dos tempos, e constituem, por outro lado, sinais de uma identidade local.
Assim, a casa comum, a nossa casa, a casa de todos os dias, cuja traça, de um modo geral, até nem teve outro arquitecto que não a experiência secular, de aproveitamento dos materiais mais adequados, da implantação mais propícia atendendo aos ventos e à exposição solar.
Em S. Brás, também esse património está a ser encarado com a maior atenção e a renovação das casas de viver, além da manutenção das fachadas – com as cantarias, obra singular da nossa gente, e as datas da sua construção – respeitam agora os espaços interiores, os pormenores significativos, muito embora adaptando-os às novas necessidades.
O inventário e registo fotográfico exaustivo dessas datas e das siglas identificativas do proprietário deverá, pois, constar da programação cultural camarária, em estreita colaboração, se necessário, com as associações de defesa do património.

Publicado em VilAdentro, de S. Brás de Alportel, nº130, Novembro 2009, p. 10.