Este blogue discorda do acordo ortográfico.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Uma decisão corajosa


"Referi sempre ao secretário de Estado da
Cultura que a minha posição era esta. Aliás, a minha posição é conhecida por todos os membros do Governo."


A decisão de Vasco Graça Moura, orecém-empossado presidente do Centro Cultural de Belém, de não aplicar oaberrante Acordo Ortográfico (AO) que quer o actual quer o anterior Governo daRepública se propuseram levar à prática, é uma decisão justa e corajosa porparte de quem sempre se mostrou contra tal aborto linguístico, verdadeira
machadada na nossa língua e na identidade nacional. Vasco Graça Moura mostra,uma vez mais, que não se pode ser contemporizador com o poder político quandoesse poder é ignorante, inculto e precipitado, mesmo que seja da nossa cor política. O problema criado é demasiado gravoso para passar despercebido e dasduas uma: ou o Secretário de Estado da Cultura que o nomeou lhe dá uma ordemexpressa para aplicar o tal AO, e se ele não o fizer demite-o, ou o Governo teráde conviver com o facto de um dos seus nomeados, um dos mais importantesintelectuais portugueses, senhor de um domínio e conhecimento da língua comopoucos, utilizar um dos lugares mais visíveis do panorama cultural nacional comotribuna contra uma das suas decisões políticas maiscontroversas. Sublinho aquio facto da decisão de Vasco Graça Moura ter sido sufragada por unanimidade pelosrestantes membros da administração do CCB. Estou certo de que a maioria dos portugueses, da direita à esquerda e até os apolíticos, estarão de acordo com ele. Pela parte que me toca, não podia estar mais de acordo e deixar de dar-lheos parabéns.
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